
domingo, 14 de fevereiro de 2010
A MARINHA ALEMÃ - Parte 08

sábado, 13 de fevereiro de 2010
A MARINHA ALEMÃ - Parte 07


A MARINHA ALEMÃ - Parte 06
TIRPITZ – O REI DO MAR DO NORTE
Desde janeiro de 1942, quando ele saiu da Alemanha para Trondheim, até novembro de 1944, o Tirpitz foi o único navio que a Marinha Real não podia ignorar. Era o seu mais perigoso inimigo potencial, no hemisfério ocidental. A existência deste barco provocou uma série de episódios, na guerra no mar, verdadeiramente singular. E esses episódios merecem ser lembrados, porque ocorreram num período em que se contestava a eficácia do couraçado como grande arma naval e nenhum outro couraçado teve uma história como a do Tirpitz.
O Tirpitz dava medo e era em grande parte herança deixada pelo seu irmão, o Bismarck.
Quando o Tirpitz entrou em serviço ativo e foi para águas noroeguesas, parecendo querer reeditar as proezas do Bismarck, os britânicos não pouparam esforços para mantê-lo retido ali.
Primeiro houve o drama do ataque ao porto francês de St. Nazaire. Somente neste porto havia um dique seco suficientemente grande para acomodar uma belonave do tamanho do Tirpitz, e talvez reequipá-lo, se ele conseguisse romper o cerco na Noruega, atingir o Atlântico e dirigir-se para a França, como o Bismarck tentara fazer. O ataque que frustrou essa ameaça foi formulado em torno do plano para lançar um velho destróier, abadonado de alto explosivo, contra a comporta do dique, destruindo-o pela detonação da carga mediante uma espoleta de tempo, depois de afundado o destróier na posição certa. O ataque, realizado com grande bravura, teve êxito, mas registrou baixas numerosas entre os comandos, soldados e marinheiros. Eliminou a possibilidade de manter o Tirpitz operacional num porto da baía de Biscaia.
A belonave alemã repetidamente bombardeada enquanto esteve em Trondheim, mas ainda estava intocada quando obteve sua maior vitória nos dias 4 e 5 de julho de 1942, quando o medo de que ela estivesse à solta fez com que o almirantado britânico mandasse o Comboio PQ-17 dispesar, o que resultou na destruição de 23 navios mercantes por submarinos e bombardeiros. O Tirpitz foi uma das mais poderosas razões para a suspensão dos comboios russos durante o critico verão de 1942, e a conveniência da sua destruição era maior que nunca.
A outra ameaça à existência do enorme couraçado partiu de Adolf Hitler, quando ele condenou à morte, pelo desmonte, todos os navios de linha da Esquadra Alemã, depois do fracasso da Operação Regenbogen na batalha do mar de Barentes, dez de 1942. Mas, o Tirpitz foi mandado para o norte, para o Fiorde de Alten, a fin de prosseguir em seu papel, regressor. Dali, zarpou no começo de set de 1943 a única missão em que usou seus canhões de 15 pol., bombardeando Spitzbergen.
E foi com este ataque dos submarinos que as sombras começaram a descer sobre a história do Tirpitz. O Capitão Hans Meyer, tendo capturado 4 tripulantes de um dos submarinos incapacitados, afastou seu navio o máximo possível do local onde ele supunha que as cargas explosivas haviam sido colocadas, mas isso não bastou. Qualquer explosão submarina tem efeito devastador, porque as ondas de choque são concentradas pela água e os X-Craft haviam colocado 8 toneladas de explosivo sob o casco do Tirpitz, que explodiram de uma só vez.
A explosão fez todo o navio elevar-se quase dois metros e destruiu seu sistema de iluminação, imobilizou duas torres, retorceu um leme e danificou seriamente todas as suas máquinas principais.
Em 1944, quando os trabalhos estavam quase prontos, os britânicos se prepararam para outro ataque, desta vez um ataque mais maciço, lançado por porta aviões, pois o Fiorde de Alten ficava fora do alcance dos bombardeiros da RAF sediados em terra. 42 Bombardeiros de mergulho barracuda surpreenderam por completo as defesas alemãs no Fiorde e despejaram uma chuva de bombas sobre o Tirpitz, acertando 14 impactos e provocaram vários incêndios, ficando o navio fora por mais três meses.

Os britânicos planejavam usar as gigantes bombas terremotos inventadas por Garnes Wallis, que criara as armas que haviam destruído as represas do vale do Rhur no ano anterior. Como os bombardeiros Lancaster não poderiam fazer uma viagem de ida e volta, preparou-se uma força de ataque para operar do aeródromo de Yagodnik, no norte da Rússia.
O dano causado no ataque significava que o Tirpitz nunca mais teria condições de navegar. Pela última vez, o Tirpitz deixou o Fiorde de Alten, onde passaram tantos meses, e foi rebocado para o sul, até Tromso. Ali, os alemães começaram a construir um banco de areia, pois o Tirpitz seria ancorado, não encalhado. Além disso, seria preciso tomar preocupações contra ataques aéreos, porque em Tromso ele podia ser alcançado pelos Lancaster.
A primeira tentativa de bombardear o Tirpitz fracassou, por causa do mau tempo. Os alemães reagiram colocando uma esquadrilha de caças próximo de Bardufoss. Os Lancaster precisavam de céu claro para lançar sua bombas Tallboy com exatidão.
Vinte e nove Lancaster decolaram da Escócia, e surpreenderam o Tirpitz, enquanto que os caças alemães da base de Bardufoss se preparavam para combater o que parecia ser um ataque ao próprio aeródromo.
A cortina de fumaça começou a cobrir o ancoradouro bem tarde, mas quando os Lancaster se aproximaram, duas Tallboy explodiram no convés do Tirpitz. Outras destruíram o banco de areia ainda incompleto, abrindo grandes cavidades no leito do Fiorde. O Tirpitz começou a adernar para bombordo e seu paior de ré explodiu. Era o fim do Tirpitz.
A MARINHA ALEMÃ - Parte 05
O SCHARNHORST e o GNEISENAU
A tragédia do Bismarck marcou um momento decisivo para a Frota de alto mar de Hitler. Ao contrário do que secedeu quando de perda do Graff Spee, Hitler recebeu a notícia calmamente e passou a discutir outras questões. A verdade, porém, é que o episódio jogou por terra todas as vantagens que Raeder conseguira com os sucessos da frota, até então, Hitler sempre ficava muito inquieto quando as grandes belonaves estavam em alto mar. Depois do destino do Bismarck, ele passou a interferir cada vez mais em todos os movimentos da frota. Sem que Raeder soubesse, as belonaves regulares da marinha do Reich tinham feito seu último cruzeiro de guerra contra as rotas marítimas do Atlântico.
O Bismarck se fora, e o Prinz Eugen, depois de um cruzeiro que, além de rápido, nada de importante registrou, retorna a Brest. Unindo-se ao Scharnhorst e ao Gneisenau, ali ancorados. Mas os Incursores alemães disfarçados ainda estavam à solta, fazendo vítimas cada vez mais numerosas.
Assim, por volta de novembro de 1941, os britânicos tinham conseguido limpar o alto mar dos incursores alemães de superfície, mas isso lhes tomara muito tempo do que na primeira guerra mundial, e assim mesmo o problema podia ressurgir.
Muito mais vital, durante essa caça aos incursores mercantes, era a ameaça em águas territoriais. O Scharnhorst, o Gneisenau e o Prinz Eugen, ancorados na baía de Brest, formavam sozinha uma poderosa esquadra de batalha, sem falar da possibilidade de o irmão gêmeo do Bismarck, o Tirpitz, escapar para se juntar a eles. O Plano de Raeder ainda tinha toda a possibilidade de se tornar realidade.
As belonaves alemãs ancoradas em Brest eram, com justiça, consideradas a mais perigosa frota em existência. As dificuldades da sua destruição ninguém negava, mas não se pouparam esforços no sentido de impossibilitá-las de sair para atacar os comboios atlânticos.
Hitler declarou, se os britânicos fizerem as coisas certas, eles atacarão a Noruega setentrional em vários pontos diferente. Com sua armada e tropas terrestres, eles tentarão expulsar-nos dali. Se possível, tomarão Narvik e passarão a pressionar a Suécia e a Finlândia. Isto pode ser de importância decisiva para o resultado da guerra.
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Reader concordava plenamente que o Tirpitz devia zarpar para Trondheim o mais breve possível, para agir como repressor naval nas águas norueguesas. Mas ao contrário de Hitler, ele se recusava a aceitar que a esquadra de Brest pudesse voltar para a Alemanha pelo canal da Mancha, nas barbas dos britânicos. É verdade que a situação do combustível não era boa e que os navios ancorados em Brest não podiam fazer um cruzeiro prolongado no Atlântico, tal como Reader planejara para março e abril de 1942.
O canal da Mancha era decididamente o caminho mais rápido de retorno às águas territoriais alemãs. Aos protestos de que os navios alemães estariam igualmente expostos a pesados ataques aéreos britânicos, Hitler respondeu com apelos e bravura, com referências à suprema vantagem de surpresa.
O poderio aéreo era a solução, despachou instruções ao ás dos caças, Adolf Galland, nas quais punha a par do que se passava na mente do Fuhrer e onde afirmava que somente a garantia da mais poderosa proteção de caças possível permitiria ao alto comando naval admitir a aventura do canal.
Os alemães deram o codinome a operação de Trovão – Cérbero, na corrida do canal. Trovão para a Luftwaffe e Cérbero para o Kriegsmarine, foi um dos raros sucessos na cooperação entre as forças armadas que o alto comando alemão conseguiu na segunda guerra mundial.
As condições atmosféricas eram vitais. Deveriam elas ser tais, que os britânicos ficassem com o campo de visão muitíssimo limitado, e que, permitissem a atuação das caças germânicos. Ao mesmo tempo, era preciso escolher um dia de maré forte, para acelerar os navios canal acima. O problema da maré reduziu a escolha da data adequada para o período entre 7 e 15 de fevereiro de 1942 e se obteve uma previsão de tempo ideal para as belonaves. Ao anoitecer do dia 11, fizeram-se os preparativos finais. Sete destróieres faziam o cinturão de segurança para os navios de linha, dirigiram-se para a saída da Baía de Brest, enquanto o Scharnhorst, o Gneisenau e o Prinz Eugen se preparavam para segui-los.
Durante a travessia o Gneisenau bateu numa mina. Contudo, como acontecera com o Scharnhorst, pode porssigir viagem, feitos os reparos de emergência, alcançando Bruns-buttell a salvo com o Prinz Eugen, o único dos três que passou pela provação se nada sofrer.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
A MARINHA ALEMÃ - Parte 04
CAÇA AO BISMARCK
Comparada com os sucessos dos meses anteriores a história do Bismarck seria gloriosa e trágica, dominada pelo eterno "se". Se a Alamanha tivesse tido um alto comando terrestre, marítimo e aéreo combinado, três líderes trabalhando juntos, e não separados por intrigas políticas, se o ciúme de Goring pela preponderância da Luftwaffe tivesse permitido a Raeder criar um setor aéreo para a esquadra alemã, com bombardeiros de longo alcance e uma força de porta aviões, se o Scharnhorst e o Gneisenau tivesse podido fazer surtidas simultâneas de Brest e finalmente, se os britânicos não tivessem rapidamente aprendido as lições recebidas, desde setembro de 1939.

Se todas essas coisas tivessem acontecido, a saga do Bismarck teria um desfecho diferente. O Bismarck poderia ter zarpado com porta aviões Graf Zeppelin, poderia ter-se unido ao o Scharnhorst e o Gneisenau em alto mar e conquistado o domínio do Atlântico Norte. Mas o fato é que o imenso couraçado alcançou o maior triunfo isolado até então conquistado pela esquadra de alto mar de Hitler, afundando a mais imponente belonave da Marinha Real.
O plano original que eventualmente levou o Bismarck a zarpar tomou definitiva quando o Gunther Lutjens trouxe o Scharnhorst e o Gneisenau para o porto de Brest. Ai estava, potencialmente a garra sul de um decisivo movimento de pinças naval. Se o Bismarck com a outra nova belonave da esquadra, o cruzador pesado Prinz Eugen, pudesse chegar ao Atlântico pelo norte, enquanto o Scharnhorst e o Gneisenau iam pelo sul, Raeder sabia que poderia conseguir uma combinação de forças que os britânicos não poderiam igualar sem tirar seus couraçados do serviço de escolta de comboios.
O almirantado britânico sabia que o Bismarck estava quase pronto para zarpar e, quando recebeu o relatório , através da Suécia, de que se avistaram, duas belonaves passando pelo grande cinturão da Dinamarca, os britânicos iniciaram intensa busca aérea.
No dia 22 de maio, um reconhecimento aéreo identifica o grande barco, que faz preparativos de aparelhamento no fiorde de kors, ao sul de Bergem. Um segundo reconhecimento, algumas horas mais tarde, encontra o fiorde vazio. Cinco comboios estão ao mar, dois dos quais, SC – 31 rumo a leste e o OB – 324 rumo a oeste, se acham na rota provável do couraçado, na saída do estreito da Dinamarca, e o terceiro, o NS-8B, transporta as tropas que se destinam ao Egito. Tôdas as escoltas, inclusive os velhos navios de linha como o Ramillies e o Revenge não passam de cascas de noz diante do navio de guerra mais poderoso do mundo: 42.000 Tol de deslocamento, 28 nós, 8 peças de 15 pol. Os dois couraçados ingleses que acabam de entrar em ação, o King George V e o Prince of Wales, não chagam sequer a igualá-lo.
A saída do Bismarck poderia significar uma ofensiva geral da frota de superfície alemã. Um cruzador pesado também novo, o Prinz Eugen, acompanha o gigante. O Almirante Raeder dispõe ainda do couraçado de bolso Lutzon, dos cruzadores Hipper, Koln, Emden e em Brest da poderosa divisão dos cruzadores de batalha Scharnhorst e o Gneisenau. Sir John Tovey, sucessor do Almirante Forbes no comando da Home Fleet, está diante de uma batalha da qual pode depender o destino do Reino Unido.
Mas a sorte, uma sorte cheia de heroísmo sorriu para os ingleses. No dia 6 de abril, apenas com uma formação de quatro aparelhos, o Flying Offcer Campbell do Coastal Squadron nº 22 atingiu a enseada de Brest, e, de modo suicida, torpedeou o Gneisenau, Este acontecimento dissuade o almirante alemão de fazer com que a divisão de Brest, reduzida a uma única unidade, participe da saída do Bismarck. O grande barco, no qual embarca o Almirante Lutjens, não passa de um corsário solitário confiante na sua estrela.
No dia 23 de maio, as condições no estreito da Dinamarca são singulares. Nessa alta latitude, a noite de maio não passa de um crepúsculo prolongado, mas a bruma transforma o dia em um outro crepúsculo, cheio de uma claridade leitosa que fere os olhos. O gelo obstrui o estreito, deixando, do lado da Islândia, apenas um canal de algumas milhas. Os dois cruzadores de 8 pol. Do Contra almirante Wake Walker, o Sulfolk e o Norfolk, patrulham os limites das geleiras. Às 19 h 22 min, o Sulffolk avista o Bismarck seguindo o Prinz Eugen, a uma distância de menos de 8 milhas. O navio Inglês volta a entrar na bruma, e continua a seguir o inimigo pelo radar. Uma hora depois, quando clareia um pouco o Norfolk recebe impunemente a menos de 6 milhas, o primeiro obus que o Bismarck lança contra o inimigo. Por sua vez, o Norfolk penetra nas brumas e, lado a lado com o Suffolk, segue a esteira dos dois navios alemães. As rajadas de neve, os efeitos de miragem produzidos pela fosforescência da banquisa, o gelo esmagado pelas rodas de proa à velocidade de 28 nós, a luz crua da noite boreal criam uma atmosfera fantástica em torno dessa corrida de morte.
Do sudoeste, a uma distância de 600 milhas, vem o Almirante Holland. Comanda o Hood, cruzador de batalha, o maior navio de guerra do mundo. Vem seguido do Prince of Wales, que se não fora o Bismarck, seria a mais poderosa belonave do mundo. Mas o Hood é volhe demais, tem mais de vinte anos e o Prince demasiado novo, acaba de sair dos estaleiros e ainda não esta em plena forma. O Almirante Tovey esta quase a enviar um sinal, ordenando ao Prince of Wales, melhor protegido que o Hood, que tome a frente da fila. Mas, lembrando-se da antiguidade de Holland, cala-se.
A aproximação é difícil. Pretendendo surpreender o inimigo, Holland não quer utilizar o radar nem o rádio, separa-se dos quatros contratorpedeiros que tinham conseguido seguir esses grandes barcos e que se perdem em uma tempestade de neve. O inimigo é descoberto pelo Hood às 5 h 35 min, mas está numa posição em que pode utilizar toda a artilharia, enquanto os ingleses só podem fazer uso de uma parte da sua. Não tendo velocidade, Holland não pode aproximar-se para combater e a, distância, o ângulo de incidência dos obuses do Bismarck é perigoso para o velho Hood, que não tem ponte blindada.
Ás 5 h 35 min, os dois barcos ingleses fazem fogo a 24.231 metros. Os canhões alemães respondem como eco. A terceira salva do Bismarck atinge o Hood. Diante da chaminé, crepita uma labareda. Alguns segundos mais tarde, formidáveis explosão faz em pedaços o maior navio do mundo. O Hood parece o mesmo modo que o Queem Mary e o indefatigable, na Jutlândia, vítima, como eles, de um defeito de construção que permite a propagação de um incêndio aos paióis de munição. Dentre os 95 oficiais e os 1.432 homens da tripulação, apenas 3 são salvos das águas geladas pelos torpedeiros ingleses.
Tendo ficado só o Prince of wales é atingido quatro vezes em 4 minutos. O Almirante Wake Walker toma a responsabilidade de ordenar ao couraçado que abandone o combate. Com o Suffolk e o Norfolk, conduzirá até o Bismarck as forças arrasadoras que o Almirantado pôs em ação.
O Bismarck, por sua vez, não está ileso. Do seu flanco, arrombado por um obus do price of Wales,sai um grosso rastro de óleo. A prudência aconselharia que Lutjens levasse o seu navio atingido para as altas latitudes, a refugiar-se em um porto norueguês, levando consigo a brilhante vitória que acaba de acrscentarao ativo da marinha de Hitler. Atendendo a razões cujo segredo ele leverá para o seu túmulo marinho, ele persiste em descer para o sul, e às 8 h 01 min, comunicando ao Almirantado alemão que sua velocidade ainda se mantém em 28 nós, anuncia sua intenção de atingir Saint-Nazaire.
Contra ele, mobiliza-se o Atlântico. Tovey traz de Scapa o King Georg V, o Repulse e o porta aviões Victorious. O Ramillies, o Rvenge e o Rodney abandonam suas missões de comboio para tomar parte na persegição. Somerville traz de Gibraltar o Ark Royal, o Renown, os cruzadores Sheffield e Dorsetshire. Os alemães, por sua vez, ordenam aos seus submarinos que se dirijam para o Bismarck, mesmo que já não disponham de torpedos, com objetivo de multiplicar os alarmes falsos. Sem torpedos, é o caso do U-556. Num mar encapelado, seu comandante, Wohlfarth, vê desfilando do seu periscópio o porta aviões Ark Royal e o couraçado Renown a toda velocidade, levantando ondas de espuma que os recobrem da proa à popa. Espetáculo magnífico e desesperador. O submarino já não tem torpedos para impedir tal desfile.
Durante todo dia 24, o Prince of Wales, o Suffolk e o Norfolk escoltam a respeitosa distância o Prinz Eugen e o Bismark. Às 18 horas, os dois barcos alemães se separam, o cruzador intacto segue a sua rota para o sul, enquanto o couraçado dobra para sudeste. À meia noite, uma esquadrilha de Swordfisches, lançada pelo Illustrious, acha o Bismarck, e, apesar da noite, apesar da tempestade, apesar da inexperiência das tripulações, consegue acerta-lhe um torpedo no meio do costado. Mas, três horas depois, os perseguidores são atingidos, por um desastre: o Suffolk, depois de um ziguezague anti-submarino, não mais consegue encontrar o Bismarck no seu radar. Churchill, que está a par da perseguição minuto a minuto, sucumbe sob o golpe. A pista está perdida. A Câmara dos comuns, cuja sala de reuniões acaba de ser destruída por um bombardeio, está quase indo reunir-se ao quartel-general da Igreja da Inglaterra, Church House. De que modo se apresentaria ele diante do Parlamento para confessar-lhes que o Bismark, depois de ter assassinado o Hood, regressa tranquilamente a sua terra.
Passam-se o dia e a noite. A perseguição acaba-se por si só. As embarcações, com os paióis quase vazios, uma a uma se dirigem para os portos mais próximos. O Revenge ruma à Terra Nova. O Victorious, o Prince of Wales e o Repulse vão para a Islândia. O King Georg V e o Rodney são obrigados a imitá-los. Aliás, o Almirantado está convencido de que os últimos esforços são inúteis. Voltando sobre a sua esteira, em direção ao norte, Lutjens, provavelmente, já está fora de alcance. Por desencargo de consciência, as patrulhas de Catalinas procuram-no da Bretanha até a Islândia. É nas paragens desta última que se espera encontrá-lo, livre do perigo.
O Patrulheiro que se encontra mais ao sul é pilotado pelo Flying Officer D. A Briggs, da esquadrilha 209, do Coastal Command. O tempo está horrível, o céu cheio de turbulências, as nuvens espessas. Às 10 h 30 min do dia 26, Briggs avista um grande barco. Tem que descer muito baixo para identificá-lo e o fogo antiaéreo que isso provoca é tão preciso, que por pouco ele não volta para o colchão de nuvens, enquanto seu rádio lança a grande novidade. O Bismarck foi reencontrado. Pensavam que o barco estava em algum lugar sob o circulo polar, quando se achava a 690 milhas a oeste de Brest.
Não há dúvida. O Bismarck tinha ultrapassado de 100 milhas a força principal do Almirante Tovey. A partir de então, estaria, sem interrupção, sob a proteção da Luftwaffe. Os únicos barcos ingleses capazes de interceptá-los são os que chegam de Gibraltar. Mas o velho Renown não esta à altura de um Bismarck, mesmo avariado. Tudo depende do Ark Royal.

Os Swordfiches decolam com grande dificuldade de uma ponte em movimento, e no meio da bruma. As nuvens e as ondas se encontram. Na posição indicada por Briggs é detectada uma embarcação. Os torpedos correm pelas águas revoltas e os aviões sobrevoam, a ponto de quase tocá-la, a embarcação sobre a qual atiraram. Os pilotos reconhecem sua vítima. Briggs se enganara em 25 milhas na sua estimativa. Os Swordfiches tinham torpedeado o Sheffield. Mas não, em manobra rápida, o cruzador tinha conseguido evitar os torpedos. Aborrecidos os pilotos fazem os Swodfiches voltar para o Ark Royal.
Desta vez é realmente, à última oportunidade. Conduzidos pelo lieutenant-commander T. P. Poole, 15 Swordfiches partem novamente. Decolam às 19 h 10 min, sob uma claridade que o mau tempo já começa a toldar. Se errarem novamente, a noite cobrirá o couraçado e, pela madrugada, o Bismarck estará entrando no canal de Iroise, sob poderosa cobertura aérea.
Às 20 h 47 min, está quase totalmente escuro. Os aviões que chegarem disparandos pela tempestade têm que atacar isoladamente.
A ação dura 38 minutos. Um torpedo atinge o Bismarck, mas na carcaça, e, como o da véspera, não lhe causa senão ligeiras avarias. Outro torpedo se dirige para a popa. As condições deficientes de iluminação e a agitação do mar atrasam de alguns segundos a manobra de fuga. Alguns segundos que significam alguns metros, e alguns metros que significam a diferença entre o triunfo e a morte. O torpedo atinge as hélices e arranca o leme. A velocidade cai para 3 nós. O Bismarck está desamparado.
Começa sua noite de agonia. Às 1 h 20 min, uma divisão de 5 contratorpedeiros, conduzidos pelo capitão Vian, entra em cena. Fazendo voltas em torno de o gigante torpedeá-lo duas vezes. Ao Amanhecer, quando surgem o Rodney e o Georg V, o Bismarck está praticamente parado. O mar e o vento atinge respectivamente as fôrças 5 e 7, e retardam para 8 h 47 min o início do canhoneio. O revide do Bismarck enfraquece rapidamente. Às 10 h 15 min, o couraçado está envolto de chamas, com todos os canhões mudos. Tovey, abraços com problemas de máquinas em pleno mar agitado, dirigi-se para a Inglaterra e ordena aos cruzadores que acabem de destruir o inimigo vencido. O Norfolk e o Devonshire encarregam-se dele. O Bismarck desaparece às 10 h 36 min. Apesar do mau tempo, são salvos 110 dos seus marinheiros.
domingo, 7 de fevereiro de 2010
A MARINHA ALEMÃ - Parte 03
O GRAF SPEE
No tocante à frota de superfície, os couraçados de bolso seriam os primeiros a entrar em ação. Raeder já os despachara para suas áreas de espera no meio do atlântico, com o Graf Spee zarpando de Wilhelshaven a 21 de agosto e o Deutschland três dias depois. Dois petroleiros de abastecimento foram designados para sua manutenção em alto mar. Os couraçados de bolso em alto mar receberam instruções claras, a destruição do comercio marítimo era considerada apenas parte secundária da sua função, que consistia em manter as frotas aliadas em desequilíbrio.
A zona de operação do Graf Spee ficava ao sul do Equador, enquanto que o Deutschland faria do Atlântico Norte o seu campo de caça, mas durante três semanas Hitler recusou-se a permitir o início das incursões contra as rotas comerciais. Ele esperava vencer rapidamente a Polônia obter um acordo de Paz com os aliados.
A caça ao Graf Spee ressuscita todas as emoções que marcaram, vinte e cinco anos antes, a perseguição ao Konigsberg e ao Emden.
O almirantado soube que, no dia 1 de outubro, o Graf Spee se encontrava no Atlântico e que afundou o vapor Clement, ao largo do Brasil. Vinte dias mais tarde, os sobreviventes do vapor norueguês Lorentz H. Hansen chegam às Órcades e comunicam que seu navio fora destruído pelo Deutschland. Dois couraçados de bolso estão em ação, um no Atlântico Norte e o outro no Atlântico Sul. Temíveis navios, obras primas da construção naval, canhões de 11 pol., blindagem de 10 cm, máquinas dando 28 nós, acumulados num deslocamento de 10.000 tol., graças a economia de peso, realizada pela substituição da solda pelo rebite. É uma ameaça que a qualquer preço deve ser eliminada dos mares.
Os dois navios são idênticos, mas seus comandantes diferem. O do Deutschland dá prova de excessiva prdência e regressa a Wilhelmshaven, com magro quadro de caça. O do Graf Spee, Langsdorff, aplica-se, obstina-se. De resto, sua conduta é irrepreensível, nenhum navio é afundado antes de ser completamente evacuado. Os comandantes prisioneiros são recebidos com consideração a bordo do Graf Spee e as tripulações são acomodadas, o menos mal possível, no Altmark, que acompanha o couraçado de bolso na qualidade de reabastecedor. Langsdorff se felicita por ainda não ter feito correr uma só gota de sangue.
Contra os dois corsários, depois contra o solitário Graff Spee, as frotas aliadas deslocam forças imensas. Oito divisões navais compostas de couraçados, de cruzadores e de porta aviões, são designadas para setores que vão do Ceilão às Antilhas. No dia 22 de outubro, um S.O.S. do SS Trevanion faz esperar que um torno se aperte sobre o couraçado solitário. Mas passam-se os dias e as semanas. O Graf Spee não está em parte alguma, na imensidão dos mares.
Para despistar os perseguidores, Langsdorff fez vasto desvio no oceano Índico. Regressa ao Atlântico, parcialmente satisfeito com seu cruzeiro. Seus recursos esgotam-se e a partir de 30 de setembro, ele só destruíra 9 cargueiros, perfazendo um total de 50.000 ton., cosa bem modesta para um navio tão poderoso como o seu. Ele quer, antes de voltar à Alemanha, melhorar seu quadro de combate nas águas agitadas de tráfico do Rio da Prata.
Ás 6 h 08 min, quando o Graff Spee está a 150 milhas de Montevidéu, seus vigias descobrem uma fumaça. Langsdorff aproxima-se pela proa, convencido de que se trata de uma nova vítima. Oito minutos mais tarde, reconhece uma embarcação de guerra. Suas ordens lhe prescrevem evitar combate, mas a fuga é difícil, na manhã de um longo dia de verão, e Langsdorff se considera bastante forte para impor-se rapidamente, ao cruzador leve cuja supeestrutura se desenha no horizonte. Instantes mais tarde, dois outros navios se tornam visíveis, por sua vez é tarde demaispara fugir. O alemão tem o sol nos olhos, mas a visibilidade é excelente, com vento moderado e ligeira corrente marítima, vinda de nordeste.
O primeiro cruzador avistado pelo Graff Spee é o Ajax, com canhões de 6 pol.. O segundo, da mesma força é o Achilles, da marinha da Nova Zelândia. O terceiro é o Exeter, armado de canhões de 8 pol.. Eles constituem, sob o comodoro Harwood, a força G, uma das melhores, pois não conta com couraçados e nem com porta aviões. Além disso, o quarto navio da divisão, o cruzador Cumberland, se reabastece nas Falkland. Sozinho contra três, Langsdorff possui, no entanto, grande superioridade sobre os adversários. Tem as melhores chances de destruí-lhos, um após outro, sem que o Graf Spee sofra avarias.
Às 6 h 14 min começa o combate. A distância entre o Graff Spee e seus adversários é de 19.000 m. Hora e meia mais tarde, a ação está terminada. O Exeter, com três torres, de suas quatro, demolidas, pesadamente adernado a bombordo, imterrope o combate e tenta, penosamente voltar a Port Stanley. Os dois cruzadores ligeiros batem-se com extraordinária teimosia, atraindo a curta distância, um adversário cuja artilharia secundária se iguala à artilharia principal deles. Aproveitavam-se do duelo entre o Graf Spee e o Exeter, para atingir, repetidamente, o couraçado inimigo. Mas também sofrem danos leves, o Achilles, graves, o Ajax. Ficam sozinhos diante de um poderoso navio cuja força combativa está intacta, sós, sem outra superioridade senão ligeira vantagem em velocidade. O Graf Spee pode forçá-los a fugir. Mas é o couraçado que foge !
As suas avarias são importantes, embora não o ponham em perigo. As cozinhas estão destruídas, o casco, furado, parte da artilharia inutilizada, o barco esta atulhado de feridos. Um espírito menos fanático do que Langsdorff se faria ao largo, tentaria uma evasão, desaparecendo nos espaços desertos do oceano. Mas o humanitário comandante do Graf Spee, que considera absurda a guerra, só sonha encontraruma angra para reparar seu navio e desembarcar seus feridos. Montevidéu está próximo, lança-se para lá. É uma armadilha. Os dois pequenos cruzadores vitoriosos unen-se contra ele, no limite das águas territoriais uruguaias e, voltando apressadamente das Falkland, o Cumberland dá-lhes reforço, no dia seguinte.
Os três dias que se seguem inflamam o mundo, o Almirantado inglês alardeia o glorioso combate dos três cruzadores. A curiosidade pública espera, àvidamente, a peripécia seguinte. Hitler, sufocado de raiva, bombardeia Langsdorff com telegramas, acusa-o de covardia, pôe-no sob suspeita de traição. Quer que tire o Graf Spee de Montevidéu e o afunde, com o pavilhão hasteado. Mas Langsdorff recusa sacrificar seus homens, resiste ao Embaixador alemão no Uruguai e aos agentes nazistas que acorreram de Buenos Aires. As setenta e duas horas de prazo que obtivera do Governo uruguaio esgotam-se. Torna-se necessário que ele deixe Montevidéu ou que aceite o internamento, terminantemente vetado pelo Fuhrer.
No dia 17 de dezembro, às 18 horas, imensa multidão aflui ao cais de Montevidéu. O Graf Spee parte. Nenhum reforço aliado chega ao Achilles, ao Ajax e ao Cumberland, a bordo dos quais ressoa o toque de combate. Mas Langsdorff desembarcou a maior parte de sua tripulação e é um grupo de afundamento que conduz o magnífico navio do estuário, na glória do sol poente. Ouvem-se duas ou três explosões ensurdecedoras. O Graf Spee deixa-se afundar lentamente em águas tão poucas profundas, que por muito tempo seus destroços serão vistos à flor da água.
Langsdorff foi o último a abadonar seu navio. No dia seguinte, mata-se. Um temor, ligado ao ocorrido, apodera-se do supersticioso Hitler, o que acontecera ao Graf Spee poderia ter acontecido ao Deutschland. O Mundo, divertido, teria visto a Alemanha soçobrar ignominiosamente. Dá ordem para que se rebatize, com o nome Lutzow o decano dos couraçados de bolso
sábado, 6 de fevereiro de 2010
A MARINHA ALEMÃ - Parte 02
NASCIMENTO DA MARINHA ALEMÃ
Após o afundamentos em Scapa Flow e da partilha das belonaves mais leves entre aliados vitoriosos, o que restava da marinha criada por Tirpitz eram os elementos de uma força de defesa costeira inteiramente antiquada: 08 couraçados antigos, nenhum cruzador de batalha nem cruzador pesados, 08 velhos cruzadores leves e 32 destróieres e torpedeiros. Em suma, a Alemanha ficara reduzida, em termos de poderio naval, ao que era típico do período anterior aos Dreadnoughts.
Era pensamento aliados reduzir ainda mais esses efetivos. Segundo os termos do Tratado de Versalhes, a Marinha Alemã ficaria com 06 velhos couraçados, 06 cruzadores leves e 12 destróieres. Os couraçados e cruzadores seriam substituídos ao completarem vinte anos de serviços, sob condições rígidas e controladas. Os couraçados que fosse substituído não poderiam passar de 10 mil toneladas e não poderiam ter canhões de calibre superior a 11 Polegadas, isto os tornaria virtualmente cruzadores pesados. Quanto aos cruzadores de substituição, não poderiam ter mais de 6.000 toneladas, com armamento principal de 6 polegadas. As outras especificação de substituição fixavam limites de 800 toneladas para os destróieres e 200 toneladas para os torpedeiros, nenhum porta-aviões e subretudo nenhum submarino.
O Almirante da nova marinha, Paul Behncke, enfrentava as mais severas limitações à sua tarefa de remodelar a armada. Outra restrição veio de imediato, a falta de dinheiro. Os aliados, decididos a fazer a Alemanha pagar a Grande Guerra, impuseram-lhe obrigações, à guisa de reparações de guerra, que jamais foram cumpridas pelo estado germânico e que em nada contribuíram para o clima de paz de que a Europa tanto precisava. Na década de 1920, a Alemanha era uma potência em franca bancarrota. A miséria social, o cinismo, a corrupção e todas as demais característica corrosivas da República de Weimar funcionaram como excelente caldo de cultura em que se cevaram e desenvolveram os desordeiros da máquina política nazista.
Portanto muito limitado, o Almirante Behncke, planejou modestamente o primeiro estágio do renascimento da marinha Alemã. Seu primeiro ato foi dar à sua limitada frota tarefas que ela poderia realmente cumprir na defesa da pátria. Daí a criação de duas esquadras, a do Mar do Norte e a do Báltico, cujo objetivo estratégico básico era impedir que as marinhas francesas e polonesas viessem a unir-se, estabelecendo o controle dos acessos ao Báltico.
Quanto a novos navios, o almirante não podia pensar em coisas muito portentosas, por esta acorrentada às limitações do Tratado de Versalhes e posto nos eixos pelas circunstâncias da República de Weimar, mas em 1921 bateu-se a quilha do primeiro cruzador leve, o Emden, ele estava dentro das regras e deslocava 5.600 tol. E tinha 8 canhões de 5.9 pol. Finalmente lançado ao mar em janeiro de 1925, ele entrou em serviço no ano seguinte e fez vários cruzeiros ao exterior. Em 1924 começou a construção de nova flotilha de torpedeiros da classe Mowe.
Com esses navios tiveram início as primeiras fugas às limitações imposta pelo tratado, com três canhões de 4.1 pol., seis tubos de lança-torpedos e deslocamento de 924 Toneladas. O Emden, o Mowe e o Wolf receberam os nomes dos bem sucedidos corsários da Marinha Imperial, prova de que as realizações da 1ª Marinha Alemã criaram tradição.
Behncke foi substituído pelo Almirante Hans Zenker, adquiriu mais 02 cruzadores leves. Também neste período apareceu um livro notável " A estratégia da Guerra Mundial", escrito pelo Vice-Almirante Wolfgang Wegener. A tese defendia em seu trabalho assentava-se na idéia de que a Alemanha algum dia viesse a ser de novo uma grande potência. Portanto o Reich tinha duas escolhas: a Alemanha tinha de construir uma grande frota e equilibrada e assegurar-se de que tal frota poderia operar de bases na França e na Noroega que pudesse flanquear um bloqueio britânico igual ao que lhe fora imposto na primeira guerra mundial. Não conseguindo isso, a Alemanha teria de sair para um conjunto de alianças que pudesse neutralizar o domínio das rotas comerciais européias pela Inglaterra.
No último ano de liderança de Zenker, sua defesa de uma marinha oceânica foi aceita. Chegara a hora de o primeiro dos velhos couraçados ser substituídos, e a escolha deveria ser feita entre um cruzador oceânico pesado e um monitor lento, para a defesa costeira.
A belonave que finalmente surgiu era uma arma revolucionária: o Deutschland. Era vasos de blindados, ou simplesmente couraçados.
A idéia de colocar canhões de couraçados num cruzador pesado não foi com se pensa normalmente, apenas produto do desenho naval alemão. Os ingleses haviam experimentado isso, que tinha efeito destrutivo num casco tão leve. Mas o Deutschland, baseado no mesmo princípio dos cruzadores de batalha leves, conseguiu uma combinação quase perfeita de tamanho médio e poder de ataque pesado.
O Deutschland tinha 06 canhões de 11 pol., montados num casco soldado eletricamente, 185 metros de cumprimento e deslocava 11.700 ton. Seu raio de cruzeiro era de 30.000 Km a 19 nós, com velocidade máxima de 26 nós. Foi confiado o papel de incursor de longo curso e calculou-se que ele poderia superar, em velocidade e poderio dos canhões, quaisquer cruzadores hostis que pudesse encontrar nas rotas comerciais do mundo, receado apenas os cruzadores de batalha mais velozes, com o Hood, o Repulse e o Renown da Inglaterra.
Quando ele foi lançado ao mar em 1931, ele deu a marinha alemã o domínio do Báltico, seguindo-se em breve dois outros navios iguais: o Admiral Scheer e o Admiral Graf Spee.
Mas antes que o Deutschland ser lançado ao mar, a marinha alemã recebera um novo comandante chefe: O Grande Almirante Erich Raeder, este foi chefe do estado-maior de Franz Von Hipper na primeira guerra mundial e ocupava seu último comando no mar, com Almirante das forças ligeiras do mar do norte, antes de ser nomeado Almirante do Báltico, em 1925. Raeder impressionou o já idoso Feldmarechal Von Hindenburg, presidente da República Alemã, que o nomeou Comandante – Chefe da Marinha em 1928.
Raeder, era manter a marinha fora dos envolvimentos políticos e criar uma instituição que seria inspiração para todo pais. Raeder não era agitador, ele rejeitou as idéias de Wegener alegando que, depois do colapso de 1918, a Alemanha evidentemente jamais tornaria a entrar em guerra coma Grã-Bretanha. E Lançoe-se à tarefa de criar a nova frota.
Ao fazer isso, Raeder aprovou, com restrições e cautela, a técnica que as forças armadas alemãs estavam adotando para fraudar o Tratado de Versalhes. Assim a marinha alemã continuou fazendo experiências com submarinos através de uma companhia holandesa, em Haia. Ela planejava usar cargueiros convertidos como cruzadores auxiliares, traineiras como caça minas e preparou planos de treinamento de pilotos civis para formar oficiais em potencial para uma força aérea naval. Raeder era excelente planejador e tinha como meta a construção de uma frota equilibrada, do tipo contido na tese de Wegener, mas cujas inferências lógicas e mais profundas ele rejeitava.
Assim é que, muito antes de Hitler subir ao poder, a Marinha Alemã vinha-se preparando para um eventual rompimento das condições estipuladas pelo Tratado. Quando Hitler se tornou Chanceler do Reich, em janeiro de 1933, Raeder apoiou sua elevação ao cargo. Hitler envidou todos os esforços para impressionar o Grande Almirante e logo adquiriu sua confiança, especialmente com suas garantias de que, embora o rearmamento fosse essencial, a guerra com a Grã-Bretanha era inconcebível. Fiel ao seu ponto de vista, Raeder manteve a marinha alheia à política brutal que grassava por trás do incêndio do Reichstag e do Expurgo Sangrento de Rohm de 1933 e 1934, que tornaram Hitler o verdadeiro ditador da Alemanha. O novo regime recompensou a fidelidade de Raeder, prometendo-lhe apoio a um programa de construção naval muito além dos limites fixados pelo Tratado de Versalhes. O grande acontecimento no caminho do rearmamento alemão ocorreu em março de 1935, quando Hitler denunciou o Tratado de Versalhes e proclamou o restabelecimento da Luftwafle, a Força Aérea Alemã.
Agora a fraqueza de Raeder começava a aparecer. Ele decidiu manter sua Kriegsmarine, a Marinha de Guerra, fora da política, mas isso não se aplicava a Hermann Goring, grande às da 1ª guerra mundial, importante líder nazista e comandante – chefe da nova Lufrwafle do Reich. Foi a administração de Goring no Ministério da Aeronáutica e na Luftwafle que arruinou as chances de um sistema unificado de comando para os três ramos das Forças Armadas Alemãs. O General Von Blomberg, chefe do Ober-kommando der Wehrmacht ( OKM), o alto comando das forças armadas, não podia controlar na prática, a posição muito superior de Goring na hierarquia interna nazista.
Todos os planos secretos para a nova arma aérea da esquadra de alto mar alemã foram imediatamente bloqueados pelo monopólio que Goring tinha do programa de aviões militares da Alemanha nazista. A única concessão, que soou como grande generosidade, foi referente à criação de uma aviação naval, que a marinha poderia controlar em tempo de guerra. Por volta de 1942, era promessa de Goring que esse setor receberia 62 esquadrões com total de 700 aviões, uma oferta mais que razoável que Raeder aceitou. Em breve ele descobriria a desagradável realidade que a maioria das promessas de Goring ocultava.
Em 1935 o tratado naval anglo-germânico. Tendo renunciado às limitações do tratado de Versalhes, a Alemanha obtinha formalmente o direito de aumentar sua marinha até atingir 35% dos efetivos da marinha real britânica. Também se concordou com o renascimento do setor de submarinos. O Tratado foi uma obra prima de propaganda que anunciava hipocritamente ao mundo que a Alemanha nazista não tinha intenções de desafiar a Grã-Bretanha para outra corrida naval, mas, passados apenas onze dias da assinatura da Tratado, o U-1 foi incorporado à esquadra de Kiel. Por volta de janeiro de 1936, mais onze submarinos haviam sido incorporados, mesmo antes do tratado. Assim teve início a construção propriamente dita da frota de batalha.
Em 1936 iniciou-se o trabalho de construção dos dois mais poderosos couraçados de que tinha noticia até que a marinha Imperial Japonesa apareceu com o super-couraçados da classe Yamato: O Bismark e o Tirpitz, armados com canhões de 15 pol.. Uma vez mais, as autoridades alemãs atenuaram seu verdadeiro deslocamento, anunciando 35.000 ton., quando na verdade era de 41.700 ton. Para o Bismark e 42.000 ton. Pata o Tirpitz. Com isso aumentava-se o potencial humano da marinha. Dois outros cruzadores leves, o Leipzig e o Nurnberg, já se haviam unido à frota, e o sexto, o Konigsberg, foi lançado em 1937. O crescimento era desenfreado.
Em 1937 houve outro acontecimento importante, Hitler convocou seus lideres militares e informou-os abruptamente de que teria de utilizar a força armada para resolver os problemas do Reich na Europa. Áustria, Theco-Eslováquia e Polônia. Raeder ainda estava convicto de que não haveria guerra, mas os generais não pensavam assim. Tampouco o Almirante Donitz, comandante da arma de submarinos desde 1935, que não podia acreditar que a Grã-Bretanha e França cruzassem os braços. Contudo, Raeder ficava impressionado com a exatidão da previsão de Hitler, de que as potências ocidentais não interviriam para impedir a reocupação da Renânia pela Alemanha. Ele ainda acreditava que, a despeito das crises inevitáveis dos meses seguintes, as táticas do Fuhrer realmente dariam tempo para reconstruir a frota.
Em março de 1938, a Áustria não era mais o Osterreich, mas o Ostmark do Grande Reich Alemão, ainda assim as potências ocidentais não reagiram. Chegara a vez da Tcheco-Eslováquia e uma vez mais Grã-Bretanha e França capitularam a um pedido território final e à proposta de uma paz duradoura de Hitler na forma do acordo de Munique, em 1938.
Depois de um inverno de intensa atividade, surgiu o famoso Plano Z naval. Aceito por Hitler em janeiro de 1939, recebeu ele prioridade sobre todos os outros programas de armamento no Reich. O Plano Z era basicamente um programa de seis anos de construção acelerada de belonaves, e nele a Marinha Real era vista como principal competidor.
Deveria ser aumentada para ter neste período as seguintes belonaves:
1 – 06 Couraçados de 56.000 toneladas
2 – 02 Couraçados de 42.000 toneladas (Bismark e Tirpitz)
3 – 03 cruzadores de batalha de 31.000 toneladas, com canhões de 15 polegadas com o Scharnhorst e o Gneisenau
4 – 03 cruzadores de bolso ( Deutschland, Admiral Scheer, Graf. Spee )
5 – 02 porta-aviões (Graf Zeppelin e um outro)
6 – 05 cruzadores pesados ( Hipper, Blucher, Prinz Eugem, Seydlitz e Lutzow)
7 – 44 cruzadores leves ( seis dos quais já estavam prontos)
8 – 68 destróieres e 90 torpedeiros
9 – 259 submarinos costeiros e oceânicos.
O Plano Z reflete melhor do que qualquer outra coisa, o total desprezo pela reação da França e da Grã-Bretanha e que se manifestara por volta do ano novo de 1939. Ele supunha que, em 1945, a Marinha Alemã surgiria com efeitos iguais aos da marinha Real.
No verão de 1939 registrou-se o último triunfo ilusório da diplomacia de marreta de Hitler, o Pacto Germano-Soviético de Não Agressão. E na ultima semana de agosto, a frota alemã entrou em prontidão operacional, enquanto os exércitos alemães tomavam posição para invadir a Polônia.
Em setembro de 1939, expirou o ultimato britânico para que a Alemanha saísse da Polônia ou se considerasse em guerra com Grã-Bretanha. Os planos de Raeder entraram em colapso quando a Alemanha se viu em guerra com a Grã- Bretanha, sua reação poderia muito bem ter sido semelhante à de Hitler, a quem viram olhar fixamente para o Ministro do Interior, Ribbentrop, e esbravejar: E agora? Ou à do Goring, que comentou: Que Deus tenha piedade de nós, se perdemos esta guerra.
sábado, 23 de janeiro de 2010
A MARINHA ALEMÃ - Parte 01
Tudo muito natural, embora Hitler não ignorasse o papel que o poderio marítimo desempenhava na política da Grã-Bretanha ou Estados Unidos o que desempenhava na política alimã na época do Kaiser. Ele não considerava que esse papel fosse aplicável à estratégia que esse papel fosse aplicável à estratégia que planejara para o Terceiro Reich. A estratégia seria basicamente terretre, destinada a garantir, para a alemanha, a posse do continenteeurasiano, e o poderio marítimo não poderia contribuir com muita coisa para a sua realização. Por outro lado, as grandes potências - Inglaterra e USA, poderia fazer muita coisa, se assim o desejassem, para desfrutar sua estratégia. Portanto a intenção de Hitler era evitar o conflito com ambas.
Nos anos que antecederam a guerra os poderosos e excelentes navios das classes Scharnhorst e do Bismark, onde estes daria a alemanha na guerra, uma potente força de ataque marítimo de superfície. Hitler tomou uma decisão antes da guerra, quanto a estratégia naval, de criar uma pequena força, porém bem selecionada, de supercouraçados que alnçariam pelas grandes rotas marítimas, assim que a marinha britânica estivesse tenuemente espalhada para proteger as rotas comerciais, a fim de perseguir e destruir seus opositores, dispersos e, portanto, enfraquecidos.
Mas a guerra começou cedo demais para a marinha alemã. A frota não estava no todo, suficientemente preparada para iniciar incursões, como ficou registrado na batalha do Rio do Prata, que terminou a destruição do encaroçado de bolso Graf Spee, e mais tarde 02 destróieres perdidos, durante a operação de apoio ao exército na Noruega.
A frota de submarinos também não tinha condições para iniciar de imediato a campanha de destruição sistemática dos navios mercantes, mas a captura de portos franceses em 1940, modificou todo esses panorama. Repentinamente o programa de construção de submarinos atingiu novo ponto culminante e houve oportunidades, numa escala sem precedentes para a guerra submarina.
Na verdade, a frota de superfície teve as mesmas oportunidades, mas foi incapaz de aproveita-las, porque, alcançar os portos franceses vitais, era preciso atravessar a rede formada pela armada real Britânica. Um exemplo disso foi o Bismark que, na primavera de 1941, embora conseguisse romper o bloqueio naval britãnico, foi caçado até seu afundamento.
Hitler cansou da estratégia das grandes belonaves dos seus almirantes. Os cruzados de batalha Scharnhorst e Gneisenau humilharam a marinha britânica, ao passar pelas defesas do Canal da Mancha, em 1942. O Supercouraçado Tirpitz exercía influência nas operações navais em seu ancoradouro, nos fiordes noroegueses, porém o afundamento do Bismark comprometeu o papel da frota para desempenhar em alto mar.
Se não fosse a inflexível tendência de Hitler para a estratégia terrestre, muita coisa poderia ser diferente. Uma esquadra de Bismark protegida por aviação própria, poderia ter varrido os mares do norte.