sábado, 17 de julho de 2010

HITLER ESCAPA DE DOIS ATENTADOS

HITLER ESCAPA DE DOIS ATENTADOS

Um acontecimento importantíssimo deixou de dar-se. Hitler não morreu. Deveria ter morrido no dia 13 de março. Uma singular providência estendeu a mão sobre ele.

Nomeio de estremas dificuldades e perigos terríveis, prosseguia a conspiração contra o Fuhrer. Os chefes civis e militares, Gordeler, Witzleben, Beck, reatam-lhe os fios incessantemente emaranhados e rompidos. Eles haviam vencido seus escrúpulos e reconhecido plenamente que o assassínio do tirano seria o único meio de salvação do povo da Alemanha. Nos círculos militares e especialmente nos estados maiores, o cruel sacrifício do 6º exército em Stalingrado acirrara os ódios. Não faltam Brutus entre os jovens oficiais, pertencentes, em geral, à mais alta aristocracia. Mas o assassínio de Hitler é operação difícil. Ele usa colete a prova de bala, o fundo de seu quepe é blindado, tudo o que come é provado por seu médico, todos os seus movimentos são mantidos em segredo, e as ocasiões para abordá-lo, entre seus pretorianos, são raras.

O Major General Henning Von Tresckow, de uma ilustre família militar brandeburguesa, é o primeiro oficial do Estado Maior do Grupo de Exército Mitte. Ele tentara induzir ao Putch seu primo, o Marechal Von Bock, e depois da substituição de Bock por Von Kluge, fizera o mesmo com este. O plano consistia em liquidar Hitler por ocasião de uma de suas visitas a Smolensk. Q.G. do grupo. O Barão Von Boselager, comandante do regimento de guarda, assume a responsabilidade do caso e diz estar seguro de seus subordinados. Mas Kluge responde que a situação militar não é bastante grave para autorizar ação tão radical.

O País e o exército não a compreenderiam. Tresckow e seu ajudante de ordens, o Tenente Fabian Von Schlabrendorff, decide agir sozinhos. Utilizando plástico e detonadores ingleses fornecidos por um cúmplice, fabricam duas bombas, a que dão forma de garrafas. A 13 de março, Hitler chega a Smolensk, cercado por uma corte de S.S., cujo desusado aparato parece indicar que ele nutre suspeitas especiais no momento. Quando regressa algumas horas depois, seu avião leva as duas bombas, devidamente acionadas. Schlabrendorff confiara o embrulho contendo a máquina infernal a um coronel da comitiva, pedindo-lhe que entregasse ao General Helmuth Stieff as duas garrafas de conhaque que lhe enviava o General Von Tresckow.

Passam-se uma, duas horas. A palavra combinada para previnir que o atentado decorria como previsto fora transmitida à central de Berlim. Tresckow e o grupo de Smolensk esperam que o rádio de um dos caças de escolta avise que o avião do Fuhrer explodira no ar. Recebem de Minsk a mensagem de que o Fuhrer chegara sem acidentes.

Os conspiradores salvam a situação. O estouro do Putsch é cancelado a tempo. Schlabrendorff telefona ao coronel a quem fizera executor inconsciente e sacrificado do golpe, para que não entregue o pacote, e no dia seguinte, com uma ordem de missão de Tresckow, vai recuperá-la em Rastemburgo. Ao abri-lo, verifica que nas duas bombas, o percussor fora realmente liberado pelo ácido, que corroera o fio de metal, mas que as cápsulas não haviam reagido ao choque.

Alguns dias mais tarde, outra tentativa para pulverizar Hitler, por ocasião de uma exposição em benefício dos soldados da frente, no Zeughaus de Berlim, falha por sua vez. Os conspiradores têm que aguardar nova ocasião.

ISOROKO YAMAMOTO

COMO MORREU O ALMIRANTE YAMAMOTO


Protegidos por um grupo de zeros, os dois bombardeiros japonês preparavam-se para pousar no aeródromo de Kaihili, na ponta meridional da ilha de Bougainville.


Os caças norte-americanos surgiram rente à água. O Capitão Thomas G. Lanphier abateu um dos bombardeiros. O Tenente Rex T. Barber abateu outro. Os dois aparelhos caíram e incendiaram-se na floresta. O Grande Almirante Isoroku Yamamoto estava morto.


Ele não sucumbira após um encontro fortuito. Os norte-americanos decifravam sempre os códigos japoneses. No começo de abril de 1943 o chefe de seu G-2 trouxe ao almirante Halsey o plano de uma viagem de inspeção do comandante chefe japonês do Pacífico Sul. Partindo de Rabaul, Yamamoto devia visitar as bases aeronavais da região do Buin. Seu avião deveria sobrevoar Kaihili a 18 de abril, às 9h 35m. Os norte-americanos planejaram chegar ao encontro ao mesmo tempo que ele.


Um escrúpulo fê-los hesitar. Era boa tática utilizar uma vantagem clandestina para desfazer-se de um grande chefe inimigo? Era uma emboscada permitida pelas leis da guerra, ou uma armadilha?


Halsey consultor Nimitz. Nimitz perguntou a seus especialistas se eles achavam que o desaparecimento de Yamamoto enfraquecia o Japão. Os especialistas responderam afirmativamente. O grande Almirante havia mostrado hostil a uma guerra contra os Estados Unidos, mas não havendo podido impedi-la, fazia-se com talento e energia. Era o autor do plano de ataque contra Pearl Harbor e nem a derrota de Midway nem o abandono de Guadalcanal o havia qualificado como um desses capitães que um inimigo inteligente tem interesse em conservar. Esses testemunho de suas qualidades foi a sentença de morte do Almirante Yamamoto.



O empreendimento não era fácil. Os 16 P-38 do 339º Fighter Squadron que decolaram de Guadalcanal, sob o comando do major Mitchell, deviam percorrer 500 km antes de se encontrar, com uma precisão cronométrica acima de Bougainville. Deviam costear as ilhas da Nova Geórgia sobre as quais zumbia o enxame inimigo. Os P-38 escapam da detecção raspando as ondas, e estavam em um minuto sobre Kaihili. Todos voltaram, exceto um. O feito foi guardado em segredo até o fim da guerra, primeiro, para não revelar aos japoneses que seus códigos estavam descobertos, depois porque Lanphier tinha um irmão prisioneiro no Japão e temia-se contra ele a mais atroz vingança.